Palavras Transportadas (às sextas)

Luís Moreira [Listed 10001], assina esta coluna de opinião que se denomina “PALAVRAS TRANSPORTADAS”, sempre no quinto dia da semana, ou seja, às sextas.

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Copyright © para textos e fotos à LUMO TRANSPORT e respetivos autores.

Crónica nº 12 / Perdemos a ANA

Depois de 3 meses exatos, eis que estou de volta para escrever a última crónica de 2012. Antes de mais, peço desculpa pelo longo intervalo, mas agora, que também está solucionado um problema técnico informático, posso então, escrever esta crónica com bastante pena e mágoa, pois para mim, o setor dos transportes ocupa um lugar muito especial no meu coração e a ANA era também uma das empresas que eu mais admirava e gostava que fosse nossa, portuguesa, capitais lusos através da administração central ou com cobertura das autarquias e regiões metropolitanas como Lisboa e Porto, como aliás Rui Rio desejava para o seu e meu Aeroporto do Porto. Foi vendida a ANA, embora ainda se tenha assinado o contrato, pois só será em janeiro de 2013, já se sabe que deixou de ser nossa e passa para capitais árabes, que de forma direta controlam a francesa Vinci, essa sim, que é a nova dona da ANA. O Governo assim quis, mas o mal já vem de trás, com muitos culpados a passear livremente por aí. A Vinci controla aeroportos regionais em França, e no Camboja, agora a ANA é a sua fina flor e ex-libris para mostrar a outros. A ter que ser vendida, vá lá, que ficou na Europa, mas preferia a Fraport, ao menos, essa controla o 3º aeroporto da Europa, depois de Heathrow em Londres e Charles de Gaulle (que a Vinci não controla, mas sim os Aéroports de Paris), em Paris e então depois Frankfurt, na Alemanha. A partir de agora vou estar mais atento à ANA.

Escrita em Faro, no dia 28 de dezembro de 2012

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Crónica nº 11 / 40 anos a proporcionar momentos inolvidáveis

Há 40 anos atrás estavamos em 1972 como é evidente e por essa altura, as redes ferroviárias europeias, entre as quais a nossa CP [Listed CPP 094], numa reunião da Assembleia Geral da UIC [Listed UIC 001], acolheu de forma favorável uma proposta lançada pelo presidente dos Caminhos de Ferro Holandeses, que apresentou aos colegas, uma ideia que consistia na criação de um passe que tornasse possível aos jovens da Europa, poderem viajar de forma muito barata, entre os mais diversos países europeus, de comboio. Bem acolhida esta ideia/proposta por todos os membros da UIC, logo se concretizou e assim nasceu o famoso Interrail, de que já tive a oportunidade de poder utilizar e disfrutar em viagem por essa Europa milenária.

Na altura e nos anos subsequentes, com limitações diferentes das do dia de hoje, pois o limite de idade era só até aos 26 anos e só havia um tipo de passe, para 1 mês, nos dias de hoje, o Interrail configura-se ainda como a melhor e uma excelente oferta a todos os jovens e a todos os menos jovens, que com um preço muito reduzido, podem viajar por toda a Europa, conhecendo países, paisagens e cidades desconhecidas, numa viagem que mesmo repetida por alguns, é sempre diferente e marcante na vida de quem a faz.

Para terminar, uma sugestão, num itinerário curto, partir de Portugal como é evidente, passar por Espanha, inevitável, depois La France, também inevitável, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Polónia, República Checa, Áustria, Suiça, Itália (e Vaticano), França (e Mónaco), Espanha e regresso a Portugal. Garanto-vos que seja qual for o trajeto escolhido, será uma viagem marcante e inesquecível. Vá, vamos apanhar o Sud!!!

Escrita em Faro, no dia 28 de setembro de 2012 e publicada no dia seguinte.

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Crónica nº 10 / No entanto, estarei sempre contigo.

Na semana passada, estive com o Francisco, um amigo meu que já há algum tempo, me tinha felicitado pela transição que fiz do blogue da LUISFER para o portal com o mesmo nome, esse sim, já com as condições que eu queria ter, para numa melhor oferta, servir aqueles todos, que como eu, gostam do comboio ou do “patas de ferro” como muitas vezes também digo. Assim, como da outra vez me deu os parabéns, desta vez, perguntou-me porque pulverizei o site da LUISFER no novo portal da LUMO TRANSPORT. Depois da explicação que lhe dei, que penso bem percebeu, gostaria de nesta minha crónica, fazer chegar a si amigo leitor, talvez um desabafo, ou melhor um sentimento con il cuore, como também gosto de dizer, fez este verão 36 anos que fiz a LUISFER, há 36 anos que estou convosco e alguns de vós já não me conhecem e além disso, são hostis, ao ponto de alguém da CP me ter dito há tempos, para ter cuidado pois alguns se preparam para me agredir fisicamente, por motivo da constestação e crítica severa que fiz acerca das greves ferroviárias, sim ao fim de 36 anos, penso que mereço acabar assim, pois quando esta administração da CP, se torna hostil para comigo, que mais posso eu esperar. Além disso, agora que todos vivemos momentos de tormenta, os meus dias ainda são mais complicados, por força de todos vós, que andais distraídos ao ponto de não perceberdes que a continuar assim, não estarei muito mais tempo convosco, porque esquecestes o filho da viúva (cf Evang Mt).

Por isso mesmo, a fim de melhorar os níveis da melhor vivência, decidi também dedicar-me a amores antigos, como a aviação comercial e os transportes marítimos, que a par do comboio, são a causa da minha alegria, prazer e satisfação. Realmente, tenho encontrado outras pessoas que não conhecia, que me acolheram com simpatia e me deram os parabéns pelo meu trabalho. Trabalho esse (este Portal) bem pesado de fazer, manter, compor e editar, mas é este o caminho que eu escolhi. Faltam 9 dias para fazer mais uma vez, aquilo que outrém deveria no meu lugar fazer, a atribuição de prémios ao setor ferroviário, que ninguém quis fazer, depois de 2006 quando lancei a ideia, por força dos 150 anos dos comboios em Portugal e para mim, com significado redobrado, pois também cumpri em 2006, 30 anos da fundação da LUISFER. Espero que na edição deste ano de 2012, todos sejam dignos como foram os vencedores do ano passado, agora que o evento, penso é levado a sério, por aqueles que o presenciam. Eu fui, sou e serei sempre digno, vou dar mais uma vez muito mais, do que aquilo que já recebi, no entanto, sejam todos dignos, porque quer queiram quer não, estou a fazer a minha história, com grande sacrifício, para vos dizer que para mim valeu sempre a pena, mas muitos de vós, tudo fazeis para que eu perceba, que tudo o que fiz, não valeu a pena. No concreto, numa vivência dorida, mas suportável porque disfarçada pelo amor que sinto pelo comboio, os anos vão correndo, e tudo é feito de maneira concertada, inviabilizando iniciativas que desejava fazer e que eram únicas no seu propósito e alcance, um nome enorme na CP, bem homenageado pela FMN, que lhe deu o seu nome, Armando Ginestal Machado, em vida, soube-me dar o valor merecido, falou de mim, como nunca ninguém falou, disse-me que o meu arquivo fotográfico era único em Portugal, mais tarde confirmado por esse nome que não esqueço nunca, Américo Ramalho, de grata memória. Pois bem, em tantos livros e publicações editados pela CP e REFER, não se edita uma foto minha, não sou convidado a escrever um artigo ou crónica numa revista da especialidade, nunca sou convidado para nenhum evento (cf 2006 (150 anos pelo MOPTC, CP, etc), enfim, outros mais próximos e familiares, de maneira odinária, me dizem, os comboios nunca te deram nada, a CP despreza-te, dás tudo e eles nem sequer se lembram de ti. Pois bem, descansando aqueles que são peritos em avaliar comportamentos da mente, fiquem descansados pois não preciso de nenhuma consulta de psiquiatria, pois com a idade que tenho, sei assimilar em silêncio, esta solicitude que não alcanço, e que nem peço, nem me mostro, mas manda o coração que as diga, porque o tempo não pára, e o meu comboio já vai longe. No entanto, CP, eu estarei sempre contigo, como sempre estive, pois este amor é verdadeiro e eterno, estou sempre contigo e por acréscimo, com aqueles que não se envergonham de mim e esses é que são dignos da minha consideração e apreço. Não vos esqueço, por isso, ide e vede, dentro de pouco mais de um mês, na cidade do Porto, eu, fragilizado pelo peso da cruz, mais uma vez vos vou dar, só vos peço, que sejam dignos da minha oferta e consideração. Faz poucos dias, escrevi no face, estou triste, preciso da sua ajuda, mais uma vez, ninguém olhou para o filho da viúva. Será sensato e digno que me estejam a fazer aquilo que não sabeis, alguém se incomoda, alguém quer saber!

Escrita em Faro, no dia 21 de setembro de 2012

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Crónica nº 10 / Vale mais tarde do que nunca

 

Tenho assistido com imensa alegria e satisfação, à crescente consolidação no segmento de tráfego de passageiros em cruzeiros, que o Porto de Leixões [Listed APL 110] está a registar, ano após ano, e em especial, desde o ano passado com a admissão em porto, dos maiores navios de cruzeiros das grandes Cruise Lines, que até muito recentemente passavam ao largo desde porto de mar e de toda a região norte e da minha cidade do Porto em particular. Dentro de pouco tempo e quando estiver em serviço toda a oferta que a APDL quer dar ao Porto de Leixões, seja na nova gare pax, como nos serviços auxiliares que ainda faltam consolidar, especialmente no transfer dos milhares de passageiros que em poucas horas, se querem deslocar para a cidade invicta e outros ex-librís do norte de Portugal.

 

Nestas coisas, como noutras realidades que ainda não se concretizaram, é um pecado sem perdão, deixarmos correr anos e anos ou décadas e décadas, sem termos a visão do momento e futura, que estas mais valias nos podem proporcionar. Por isso, a APDL está de parabéns, viu que por impossibilidade geográfica e estrutural do seu porto, nomeadamente na zona da antiga gare pax, não havia condições de receber os grandes e luxuosos navios de cruzeiros que hoje navegam por mares já conhecidos, fez por isso e o trabalho de casa, está à vista. Ganha a APDL, ganha a cidade do Porto, ganha o norte do país e ganha Portugal, pena é, termos demorado muito tempo a agir e a concretizar, mas neste caso, mais vale tarde que nunca!

Escrita em Faro, no dia 14 de setembro de 2012 e editada no dia seguinte.

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Crónica nº 9 / Vale mais tarde do que nunca

Tenho assistido com imensa alegria e satisfação, à crescente consolidação no segmento de tráfego de passageiros em cruzeiros, que o Porto de Leixões [Listed APL 110] está a registar, ano após ano, e em especial, desde o ano passado com a admissão em porto, dos maiores navios de cruzeiros das grandes Cruise Lines, que até muito recentemente passavam ao largo desde porto de mar e de toda a região norte e da minha cidade do Porto em particular. Dentro de pouco tempo e quando estiver em serviço toda a oferta que a APDL quer dar ao Porto de Leixões, seja na nova gare pax, como nos serviços auxiliares que ainda faltam consolidar, especialmente no transfer dos milhares de passageiros que em poucas horas, se querem deslocar para a cidade invicta e outros ex-librís do norte de Portugal.

Nestas coisas, como noutras realidades que ainda não se concretizaram, é um pecado sem perdão, deixarmos correr anos e anos ou décadas e décadas, sem termos a visão do momento e futura, que estas mais valias nos podem proporcionar. Por isso, a APDL está de parabéns, viu que por impossibilidade geográfica e estrutural do seu porto, nomeadamente na zona da antiga gare pax, não havia condições de receber os grandes e luxuosos navios de cruzeiros que hoje navegam por mares já conhecidos, fez por isso e o trabalho de casa, está à vista. Ganha a APDL, ganha a cidade do Porto, ganha o norte do país e ganha Portugal, pena é, termos demorado muito tempo a agir e a concretizar, mas neste caso, mais vale tarde que nunca!

Escrita em Faro, no dia 14 de setembro de 2012 e editada no dia seguinte.

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Crónica nº 8 / Ser isento sempre

 

Na passada quarta-feira, encontrei-me com um meu amigo, que também é como eu, um apaixonado pelo mundo ferroviário. Tomamos um café e colocamos a conversa em dia e como não podia deixar de ser, além de outras temáticas, também falamos de comboios, da CP e do Lusitânia via Beira Alta. Nessa sequência de conversa e sobre a CP [Listed COP 094] e CP Carga [Listed CPC 094], disse-me ele que não conseguia compreender como é que eu era capaz de classificar a “minha CP” – dizia-me ele- com nota negativa no ranking que atribuo e que como os leitores sabem, se encontra editado neste portal e em que, de forma mensal, atribuimos notação aos principais operadores de todos modos de transporte em Portugal. Diz-me ainda esse meu amigo, que aliás não tinha sido só ele, outras pessoas já lhe tinham referido isso aquando da primeira notação que fizemos nos primeiros dias de agosto e referentes a julho de 2012 e à mesma CP e CP Carga.

Perante a sua não compreensão, lá lhe tentei explicar que para mim, este trabalho que estou a fazer, primeiro não é feito à toa, nem lanço os dados para ver que letra sai, não, vou analisando e vou vendo o que se passa e estou atento aos resultados, gestão e medidas tomadas, seja na CP, como de outra entidade de transportes qualquer. Mas, disse-lhe ainda, eu não posso ser desonesto comigo próprio e com todos aqueles que há mais anos me conhecem, sabem o amor e dedicação extrema que dei, sim, sempre à minha CP, eu não posso à luz dos critérios que utilizo e pela verdade e crédito desta notação, dar por exemplo um A, como eu gostaria de o fazer, sim, mas não posso deixar de ser credível na análise que faço, por isso atribui nota negativa e todos percebem porque o fiz, só não entende quem não quer. Disse-lhe que para mim era doloroso proceder assim (atribuir nota negativa), mas essa era a realidade, tendo ripostado o meu amigo, “realmente, é verdade, eles (referia-se aos ferroviários sempre em greve) colocam-se mesmo a jeito e não fazem nada para disfarçar”, acrescentando que a CP com esta realidade “é que vai perdendo toda a imagem e prestígio que tinha”, referindo situações de comboios suprimidos (regionais) sem aviso prévio, e outras situações análogas, em consequência dessa tragédia que são as greves ferroviárias.

Com esta pequena explicação que lhe dei, penso que fiquei justificado, e para ser mais convincente, em matéria de operadores aéreos, por exemplo, a Lufthansa [Listed DLH 220], que é para mim uma referência de topo mundial, não hesitei em a penalizar (com tristeza, é evidente), em consequência da perda de imagem e prejuízos que está a causar, aos seus clientes, por força de greves também, que começaram no mês anterior e se estão a estender neste mês também. Sou convincente, justo e isento, espero que a Lufthansa (com melhores resultados) e que a CP (mais complicado), consigam ter comportamentos mais positivos, porque se o fizerem, terão a notação que merecem, não as que agora lhes demos, por isso, façam por isso, em actos concretos. Está na vossa e não na nossa mão.

Escrita em Faro, no dia 31 de Agosto de 2012 e editada no dia seguinte.

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Crónica nº 7 / Sois vós os culpados

De todos aqueles que me conhecem, alguns sabem que eu vim a este mundo por causa dele, para gostar e amar como mais ninguém e assim tem sido desde 1960. Portanto, faz mais de 50 anos que o “patas de ferro” é a minha paixão maior e como é que eu o conheci, sempre no domínio público, nas mãos do Estado Português. Se eu fosse francês, essa paixão teria um nome, SNCF, se fosse alemão seria DB, mas nascido na terra lusitana, esse nome maior é CP. Mas o comboio não está só nas minhas paixões, os outros modos de transporte também estão, logo a seguir, claro que não são comparáveis ao comboio, ao qual dediquei toda a minha vida. Avançando de forma rápida no tempo e agora para os dias de hoje, o governo português quer privatizar a CP Carga, a TAP e a ANA, especialmente estas que pertencem ao mundo dos transportes em Portugal. No outro lado, escuro e obsceno, estão os sindicatos do crime, muito bem apoiados por aqueles que foram, são e serão a nossa pior gente e malditos para todo o sempre, não por serem seres humanos com os seus defeitos e coisas boas, como eu, mas, por serem diferentes de mim (e da esmagadora maioria dos potugueses, que não lhe dá o seu voto) no pensar e por quererem (não o conseguiram, felizmente, nem nunca o vão conseguir) impor em Portugal, um sistema comunista ortodoxo, como sempre defendeu e defende o PCP, e ainda para mais continuarem nessa hipócrita esperança, comunismo esse que hoje é maldito na Rússia e nos antigos países de leste.

Essa gente comunista, sempre na posição errada, não se cansa de numa gritaria histérica, dizer que as empresas do sector estatal dos transportes, não devem ser privatizadas, não devem estar nas mãos do capital, enfim, aquelas frases e interpretações repetidas e hoje gastas. Claro que do outro lado, governo, privados e capital, não primam pela boa educação à mesa também, mas não partem os pratos como os comensais do lado esquerdo fazem.

CGTP

E tudo isto para dizer que vós, os comunistas e seus lacaios sindicalistas, sois os culpados de estas empresas e outras (doutros setores), irem parar às mãos dos privados, porque, esses sindicatos do crime nunca tiveram um momento de lucidez e pensarem que os seus comportamentos depois do 25 de abril, na TAP, ANA, CP, CP CARGA, REFER, TRANSTEJO, SOFLUSA, antiga RODOVIÁRIA NACIONAL e outras, ainda que em raras vezes, a razão estaria do seu lado, mas a esmagadora das vezes em que fizeram greve, não foram sensatos, preferiram ferir muitas dessas empresas com prejuízos em várias vertentes, como perda de receitas, de clientes ou utentes e acima de tudo, uma perda de imagem colossal, muitas vezes ouvida na boca das pessoas prejudicadas e utentes dos transportes, como “cambada de comunistas”, nunca ouvi dizer, cambada de centristas, sociais-democratas ou socialistas, afirmando também milhares de descontentes, se esta ou aquela empresa fosse privada, vocês não tinham esse comportamento.

Pois bem, eu digo-vos que estes utentes estão certos e vós estais errados. Vós, no vosso estúpido zelo e fidelidade ortodoxa, dais razão para que outros que não o Estado, se venham a colocar na linha da frente para com outros defeitos e ganâncias, alguns poderem vir a ser piores que o Estado português, pois ele, ao menos, não deixou alienar o nome e importância dessas empresas históricas e míticas, especialmente a CP e a TAP, bandeiras do nosso país. Em relação à TAP, não sei como será o futuro, poderá daqui a alguns anos, o seu nome já não existir, pois pulverizada completamente dentro de um grupo ou aliança nos transportes aéreos, diluindo-se por completo toda a sua história, o seu património e as suas rotas, porque outros já as fazem, por exemplo.

Assim, como o profeta eu vos digo, não choreis e não digam que a culpa é dos outros (governo e privados), chorai antes por vós mesmos, pois tivesteis o pior comportamento possível, só possível numa empresa do Estado, porque no privado, não vos é possível (e ainda bem) terem esse comportamento criminoso para a economia e IMAGEM dessas empresas, a troco dos vossos interesses, que são sempre para vós mais importantes que de todos os outros, neste caso, de todo um povo.

Eu, sempre quis e desejava, que todas as empresas ligadas ao mundo do transporte em Portugal, como hoje as conhecemos, deviam pertencer ao Estado e isso não é sinónimo de gerir mal, mas fostes vós, os culpados principais de isso no futuro não ser realidade, e isso nunca vos irei perdoar, claro que do outro lado, também existe culpa, como má gestão e jobs for the boys, mas a culpa deles é menor que a vossa, e quem saiu e está a ser prejudicado, sou eu, somos todos nós, clientes e utentes dos transportes em Portugal. E não tinha que ser assim!!!

Escrita em Faro, no dia 31 de Agosto de 2012 e editada no dia seguinte.

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Crónica nº 6 / Companhia dos Comboios Metropolitanos, Autocarros, Eléctricos e Ascensores de Lisboa

Nesta semana, ficou a saber-se que o Dr. José Silva Rodrigues, atual presidente da Carris, vai ser o novo presidente da nova empresa que irá ser criada e que irá herdar, toda a história, património, ativos e passivos das atuais Carris e Metropolitano de Lisboa, que se fundem então numa só empresa. Igual receita, recomendada pela troika, também será implementada na minha cidade do Porto, estando assim e por conseguinte, com os dias contados a STCP e a MP.

Sendo eu português, tenho alguma dificuldade em perceber como os meus concidadãos vão conseguir resolver este problema, sem grandes ondas, mas que seja eficaz, pois aí, é que a porca torce o rabo. Como se sabe, os socialistas no consulado de José Sócrates, fizeram história em matéria de transportes no nosso país. Uma história triste e pecaminosa, cujos efeitos ainda iremos suportar em tempos próximos.

Mas agora, há que resolver os enormes passivos destas 4 empresas que se distribuem pelas duas cidades mais importantes do país e o médico que irá tratar da sua saúde, neste caso o governo, não sei se estará a altura do problema do doente. Ou seja, não sei se o remédio a aplicar, será melhor que a manutenção da dita maleita (passivos) das mesmas empresas.

Eu, na minha opinião, penso que as quatro empresas deviam continuar a existir, resolvendo o problema de outra forma, mas não fico escandalizado se em Lisboa ou no Porto, passarmos a ter, uma RATP como existe em Paris, que já faz a função que se quer implementar em Lisboa e na cidade invicta. O grande problema, é que não sei se o conseguiremos fazer bem, e já ouvi algumas novas sobre esta matéria, que não fazem nenhum sentido. Como disse o presidente da Carris, será sinistro isto acontecer na capital, mas eu fico ainda mais perturbado, que José Silva Rodrigues tenha aceite ser o novo presidente dessa nova empresa que de forma “sinistra”, irá pulverizar e fazer desaparecer a Carris e o ML com todas as suas consequências. Por falar em sinistro, ao menos, chamem as pessoas competentes para resolver este problema, e não digam coisas como já ouvi, que a REFER irá gerir as linhas férreas da nova empresa a criar. Organizem-se se fazem o favor, porque senão, eu venho pedir que a REFER passe a gerir, além da rede ferroviária nacional, as linhas do metros de Lisboa, Porto, margem sul, linhas de elétricos de Lisboa e Porto, renovar com travessas monobloco e eletrificar a linha do Transpraia e ainda, tomar posse administrativa de todas as vias férreas de todas as maquetas de comboios miniatura existentes no país. Somos uns amadores, por isso, estamos como estamos!!!

Escrita em Faro, no dia 24 de Agosto de 2012 e editada no dia seguinte.

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Crónica nº 5 / 13 e 15 (depois) de agosto

 

1 – A minha saudosa mãe, dizia-me um ditado bem conhecido lá da Serra da Estrela e bem conhecido e que afirma a certo ponto “quem muitos burros toca, algum há-de deixar para trás”. Pois bem e ainda em consonância com o último Comunicado Oficial editado neste portal, ainda não está tudo devidamente alinhado e os módulos todos preenchidos e a edição de notícias à hora certa, pelo que estamos a fazer um esforço enorme para o conseguir. Isto para justificar que esta crónica deveria ter sido editada na passada sexta, mas só acontece hoje, penso que depois desta confissão, estarei perdoado. Bom, nesta crónica não estava previsto escrever o que agora se segue, mas sim numa NR a editar, pois bem, hoje é dia 20 e faz hoje 1 semana, era dia 13 e dia 13 de agosto é a data da fundação da LUISFER, facto que ocorreu em 1976, portanto foi há 36 anos que nasceu a LUISFER. Deixei passar o dia para ver se alguém se lembrava desta data, ninguém se referiu a esse facto, já esperava que assim acontecesse, mas o facto é que eu não me esqueço de vós.

2 – A segunda parte desta crónica, vai abordar de novo a greve na CP, que ocorreu no passado dia 15 de agosto, feriado (Nossa Senhora da Assunção) e como prometido, houve greve. Sobre essas greves, já muito escrevi, desta vez, façam o favor de ler esta mensagem que recebi de um nosso estimado e amigo leitor, que já nos acompanhava no anterior site oficial da LUISFER. Meus amigos, vejam lá se eu não tenho razão, pois isto é para ler e pensar, pensar bem!!!

” Amigo Luís Moreira, …. …. …. Mas no mundo ferroviario nem tudo vai bem e é preciso que alguèm independente possa tocar nas feridas doa a quem doer e resume-se mais uma vez ás imensas greves decretadas pelas organizações sindicais das empresas ferroviarias, não esquecer que o amigo foi muito criticado por ter dito a verdade sobre as greves dos maquinistas que em vez de ser para desenvolver o caminho de ferro e assim dignificar a classe ela sim contribui para o afundar da empresa e o afastamento dos clientes dos comboios.

Mas o meu caso é caricato, pois estava de férias em Lisboa em casa de minha mãe e como não levei o meu veiculo automóvel decidi no dia 14 de Agosto regressar a Valença de comboio tendo em vista evitar a greve anunciada para o dia 15.

Dirigi-me à bilheteira da estação de Santa Apolonia onde na bilheteira me informei se não havia condicionamentos nesse dia para viajar para Valença do Minho o que me foi dito que podia fazer essa viagem sem problemas de maior, pelo que comprei tres bilhetes (um para mim, outro para minha mãe (já idosa)  e para a minha filha menor de idade, a saber comboio 133, Alfa Pendular , com saida às 14h00.

Chegados ao Porto pelas 16h44, dirigi-me para zona de embarque dos comboios interregionais com destino a Valença nomeadamente o nº  423, com saida ás 18h10 e qual o meu espanto um funcionario de uma empresa de segurança me avisa que não há combois para Valença por motivo de greve.

FIQUEI PERPLEXO COM ESTE FACTO, POIS O COMBOIO TEM CHEGADA A VALENÇA PELAS 20H30, MUITO ANTES DA GREVE SE INICIAR, MAS MAIS INCRIVEL É A EXPLICAÇÃO DADA POR UM FUNCIONÁRIO DA C.P. QUE ME DIZ QUE OS SENHORES MAQUINISTAS NÃO FAZEM ESSE COMBOIO PORQUE DEPOIS NÃO TEM HORARIO PARA REGRESSAREM AS SUAS RESIDÊNCIAS, PORTANTO A LOGICA É ESTA OS FUNCIONÁRIOS EM PRIMEIRO, OS CLIENTES SÃO SERES DESPREZIVEIS E COMO TAL QUE SE DESENRASQUEM…..

TIVE DE ALUGAR UM TAXI PARA VALENÇA POIS NESSE DIA HAVIA TROVOADA E COM MINHA FILHA E MÃE COM PROBLEMAS DE LOCOMOÇÃO NÃO VI OUTRA ALTERNATIVA.

ASSIM VAI ESTE PAIS Á BEIRA MAR PLANTADO, ALGUEM ASSUME ? DECIDIDAMENTE NÃO POIS ISTO FUNCIONA EM CIRCULO E AS RESPONSABILIDADES SERÃO DILUIDAS POR TANTAS ENTIDADES QUE TUDO FICA COMO DANTES.

ATENTAMENTE”

Meus amigos, volto a dizer, vejam lá se eu não tenho razão!!!

Escrito em Faro, no dia 17 de Agosto de 2012, revista e editada só no dia 20 de agosto de 2012.

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Crónica nº 4 / Greve de 15 de agosto (antes)

O Diário Económico editou ontem na sua página virtual na internet, uma notícia subordinada a este tema “Circulação na CP limitada a seis ligações de longo curso”. Estive a ler a referida notícia e faz alusão às perturbações que pela enésima vez, os clientes da CP [Listed CPP 094] vão ter que suportar por força da greve que os sindicatos ferroviários desencadearam já há bastante tempo, por motivo dos trabalhadores da CP, que recusam fazer trabalho extraordinário, em dias de descanso semanal e feriados, como é o caso do próximo dia 15 de agosto.

Bom, esta argumentação trazida à estampa pelo DE é comum a outras do género, que também falaram deste mesmo conflito entre a CP e os seus sindicatos. Mas aquilo que me faz escrever hoje sobre esta matéria tem a ver com os comentários sobre esta mesma notícia do DE e que, citando com cortesia, alguns argumentam assim:

TICTAC 1h

Tenho consciência que se não estivéssemos em democracia não podia dizer o que se segue. Já escrevi aqui sobre os maquinistas da CP e não fui tolerante com Ver mais

encerrem este ninho de grevistas de uma vez por todas!

MORTE AOS ESQUERDOIDES 2h

COMUNISTAS MALDITOS VãO TRABALHAR !  PORQUE É QUE O GOVERNO NÃO DESPEDE OU PRIVATIZA ESSAS EMPRESAS MINADAS PELOS COMUNAS ?

Privatizem a companhia para acabar com os feudos e mordomias. Os enfermeiros, médicos e outras classe tambèm trabalham nos feriados e não se queixam!

Quando ainda há pouco tempo editava no site oficial da LUISFER (que migrou para este portal) e numa das crónicas então publicadas e assinadas por mim, critiquei muito duramente estes comportamentos grevistas que estão a destruir a CP aos poucos e poucos, áté ao ponto de já se perder toda uma identidade mítica como ainda é a CP. Olhando para aquilo que eu escrevi nessa altura e para aquilo que outros agora escrevem (ver acima) e outros que não escrevem mas falam em surdina, digam lá se eu não tenho razão. Tenho 36 anos de história ferroviária, falei daquilo que conheço, por isso, não me equivoquei, oxalá estivesse, para bem desse nome mítico dos transportes em Portugal e que se denomina CP.

Escrito em Faro, no dia 10 de Agosto de 2012

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Crónica nº 3 / Querer e não poder

 

Certamente que os leitores me vão perdoar por não revelar nenhum pormenor, nesta minha crónica de hoje, mas, mais tarde, se houver lugar a discussão sobre esta situação, e então nessa altura, direi, que muito quis salvar, mas não tive os meios para o poder fazer, mas como ainda hoje vi, naquilo que se está a fazer, doeu-me muito no coração que veja desaparecer para sempre e mais tarde, quando se perceber que cometemos um erro colossal, será tarde demais. Os factos e os procedimentos das pessoas, naquilo que de mal é feito, tem sempre consequência e é sempre doloroso perceber mais tarde, que essa falta de raciocínio e de bom senso, poderia ter sido evitado e nada se faz para evitar essa situação.

Porque o meu projeto empresarial, também passava por aí, lamento imenso que ainda (ou será que nunca irá acontecer!!!) não tenha a possibilidade real de o poder fazer e estabelecer aqui no Algarve, lá para os lados de Portimão, onde agora estou (Faro) a residir de forma provisória e desde 2007. Brincando um pouco ou talvez não, pode ser que hoje, eu possa por via do Euromilhões, ainda poder salvar o que já pouco resta. Mas será que as pessoas, o meu país, merecem esta minha dor e preocupação acrescida, não sei, simplesmente não sei, uns louvariam o meu acto, outros nunca o iriam compreender. Como se costuma dizer, o segredo é a alma do negócio, por isso não posso revelar, por agora aquilo que muito queria fazer e desde à muito tempo penso concretizar, mais tarde o farei, mas não posso entregar o ouro ao bandido, ao revelar aquilo me vai no pensamento e outros, de certeza absoluta, aproveitarem esta minha ideia e tirarem proveito dela, duma maneira que nunca aceitaria que acontecesse, muito diferente do que aquilo que queria ou poderei ainda fazer. Deus queira que sim!

Escrito em Faro, no dia 3 de Agosto de 2012

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Crónica nº 2 / Boeing vs Airbus

Os leitores mais atentos ao setor da aviação comercial, já estão habituados há décadas e décadas, à rivalidade que opõe a norte-americana The Boeing Company [Listed BOC 100] ao consórcio europeu Airbus Industrie [Listed ABS 200]. Antes de mais, gosto das duas, mas se tivesse de escolher uma só, essa seria a Boeing, porque sempre melhor que a Airbus, porque pioneira, porque com mais vendas, com os melhores aparelhos e por outros motivos maiores. Claro que aceito perfeitamente que outras pessoas pensem que a Airbus é melhor e outros ainda, saudosistas dos tempos da União Soviética preferem a Tupolev [Listed TUP 450] ou a Antonov [Listed ANT 250], enfim, gostos não se discutem, dizem os entendidos.

No entanto, nos últimos anos, a Airbus Industrie tem conseguido estar na crista da onda, tem uma oferta de aviões de que gostamos muito, como os da família A320/A319/A321 e outros de longo curso, como os A330/A340 e por último, o já famoso A380. No entanto, manda a verdade dos factos que a Boeing, oferece uma melhor carteira, com modelos míticos como os B737, de que na altura a Boeing não apostava muito, por pensar em grande, em aviões como os 707 e 747, mas esse mítico 737 é o modelo mais vendido, só este modelo, pulveriza por completo quase todos os modelos que a Airbus já fabricou e fabrica. Claro que nestas contas, não estou a somar os aparelhos da McDonnell Douglas [Listed MDO 800], que faz já uns bons anos, que foi integrada e posteriormente dissovilda na Boeing. Modelos como B707, B727, B737 e B747, mais antigos e ainda em produção, em relação aos dois últimos, são míticos para toda uma geração que não os esquece, como eu, aliados a modelos mais recentes como B777 e B787, ultra modernos e ainda os da transição como os B757 e B767.

Tenho imensa pena que a nossa TAP [Listed TAP 047], que muito deve da sua excecional imagem que vem do passado, aos seus aviões Boeing, pois teve B707, B727, B737 e B747, não tenha hoje na sua frota, um único aparelho “Made in Seattle”. Como se sabe, a frota hoje é “all” Airbus, aquela que voa com o nome TAP. Não vinha mal nenhum ao mundo, se a TAP, fosse como outras linhas aéreas de outros países, que dividem as suas encomendas pelos dois “belingerantes” comerciais, que estão sempre, embora muito bem disfarçada, numa guerra fraticida, como acontece com a Boeing e a Airbus.

Sei que a TAP não é a Lufthansa [Listed DLH 220], mas a companhia alemã tem memória e não se esquece da Boeing. Sendo europeia, compra muitos aviões à Airbus, mas puxou pela Boeing e foi determinante, para a gigante de Seattle ter lançado a nova versão do Jumbo 747-8 Intercontinental, de que a Lufthansa foi a companhia de lançamento. E se a TAP tivesse uma frota composta por B737/A320, B777/330 e pelo menos 3 B747, seria uma outra TAP, mas que se há-de fazer, Mário Soares, determinou na altura como governante, que a TAP teria só aviões Airbus e essa absurda determinação, continua a fazer história. Até quando!

Escrito em Faro, no dia 27 de julho de 2012

qLM

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Crónica nº 1 / TAP, TU SABES QUE ÉS PORTUGUESA E FAZES PARTE DA NOSSA HISTÓRIA

Nesta minha primeira crónica que escrevo para o portal da LUMO TRANSPORT [Listed LTP 001], sei que alguns dos amigos leitores que a possam vir a ler, já me conhecem de outros escritos ferroviários que tinha no site oficial da LUISFER e nesta crónica, não vou escrever sobre o “patas de ferro”, por outras palavras, o comboio, minha paixão e sabedoria maiores, por isso não vão ficar desiludidos. Vou escrever sobre a TAP [Listed TAP 047], e sobre a TAP porque estou com bastante receio que a sua privatização seja como “uma entrega do ouro ao bandido”, pois os “nossos” governantes não primam por terem atitudes devidamente pensadas e depois executadas, conforme determinação do pensamento e projeto previsto. Sempre num mar revolto, os últimos como os atuais “tipos”, – como diz D. Januário-, ainda Bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança, estavam devidamente alinhados com o desalinhado Primeiro-Ministro José Sócrates [Listed 10031], que como se sabe, em matéria de transportes, cometeu as maiores loucuras (na estrada) e disparates (no caminho-de-ferro) na política que encetou, junto com Mário Lino [Listed 10028] e mais tarde com António Mendonça [Listed 10027], como atores menores, em autênticas “tonterias“, nomeadamente a nível do projeto do TGV em Portugal, para nossa (portugueses) completa desgraça. Será que Passos Coelho [Listed 10023] e Álvaro dos Santos Pereira [Listed 10024], não vão fazer “despenhar” a nossa TAP, será que vão ter mãos, ou então, entregando-a a quem não a merece, num mercado de ocasião e não necessariamente pelo melhor preço, numa linha secundária em relação ao seu valor inestimável.

Fazendo então a agulha para o modo aéreo, desejo reafirmar a minha maior preocupação, pelo caminho que poderá vir a tomar, naquilo a que diz respeito à nossa TAP Portugal (assim como a ANA [Listed ANA 376], mas isso fica para outra crónica) e o seu projeto de privatização.

“De dia para dia, morreu a Ti Maria”, dizem alguns conhecidos meus às vezes e eu posso também afirmar o mesmo, pois este malfadado projeto de privatização, tem já um historial de adiamentos, como por exemplo, agora com o caso do Ministro Álvaro dos Santos Pereira, por dificuldades de agenda, não anda com o avião, e então sabemos que o dossier de privatização já está pronto, falta vender a nossa melhor mais valia, num processo em que os atores, leia-se vendedores (Estado português) não estará talvez à altura de o fazer bem, já que para mal dos nossos pecados, a TAP deixará de ser nossa, para ser de outrém, a mando da Troika.

Sem preconceitos de ideologias passadas e bem passadas como também desvalorizadas (ortodoxia comunista, essencialmente), nem de economias globais em função do mais forte (capitalismo globalizado e com face oculta), devo dizer, neste caso escrever, que o Governo deve ponderar de forma extremamente meticulosa, a quem vai entregar uma empresa, que em todo o universo empresarial português, mais se identifica com a nossa bandeira e forma de estar, a casa lusitana.

Nas privatizações que já aconteceram, empresas como GALP, EDP, PT, Cimpor, alguns bancos e outras ainda, nunca esteve em venda (na privatização) um ativo com a força e imagem que uma TAP possui. Embora nestas décadas que já cumpriu na sua existência, especialmente depois do 25 de Abril, também a mesma TAP cometeu muitas loucuras, flagelando a sua imagem, por força do seu sindicato mais poderoso e consequentemente perda de imagem colossal, perante clientes e outros espetadores nacionais e internacionais, através das greves que já fez e que quer fazer hoje. No entanto, depois destes pecados cometidos, não posso deixar de reafirmar que a nossa TAP é o nosso ativo mais valioso, sei que as suas receitas e proveitos económicos, são inferiores a uma Galp ou EDP ou mesmo PT, mas a TAP possui uma identidade que mais nenhuma empresa possui em Portugal, daí ser mítica em termos de simbolismo para o nosso país.

Imagine o leitor que um português em qualquer parte do mundo onde resida, decida vir à terra lusa, ver os seus que já não vê faz décadas e se por exemplo, tomar o avião da TAP em Luanda, ou no Rio de Janeiro ou ainda em Nova Iorque, sentirá ao entrar no avião, aquele sentimento de bem estar e de prazer, que qualquer emigrante sente ao passar por exemplo de comboio ou de carro, pela fronteira de Vilar Formoso e pisar solo nacional.

Por isso, com um pessoal altamente qualificado, com comandantes e pilotos dos melhores que existem a nível mundial, com uma folha “safety” praticamente imaculada, será uma perda colossal e total para o nosso país, se a nossa TAP vier a ser vendida a interesses latino-sul americanos como por aí se vai comentando, que não brasileiros, pois essa questão não se colocou ainda como opção viável e a considerar. Também não seria muito católico, deixar a TAP ficar nas mãos da IAG International Airlines Group [Listed IAG 373] que controla a britânica British Airways [Listed BAW 125] e a espanhola Iberia [Listed IBE 075], especialmente por causa desta última e possível pulverização que a TAP iria sofrer, no que toca à sua base principal (Madrid, sempre à frente de Lisboa) e pela “germinação de rotas” com claro prejuízo para a TAP em relação à mesma Iberia. Uns dizem também que a Lufthansa [Listed DLH 220] pode vir a ser uma alternativa positiva, embora a gigante alemã desvalorize o seu interesse na TAP e por fim, outros também falam do interesse que a Emirates Airlines [Listed UAE 176] poderia via a ter e fazer de Lisboa, uma ponte para a América Latina, mercado que quer atingir também e de forma rápida, daí estar a voar para Lisboa, desde este mês, ela própria, a Emirates.

Garantido ao meu prezado leitor que na próxima, serei mais contido na extensão da crónica, desejo finalizar, escrevendo que esta TAP que a Troika, através do famoso memorando que Gaspar executa, manda alienar, esta nossa pérola mais brilhante, oxalá tivessemos sido homens como deve ser, para não estarmos sujeitos a esta obrigação contratual por via do memorando, ou então, se ninguém a nível nacional tivesse interesse nela, oxalá o meu nome estivesse na listagem da Forbes na lista dos mais ricos, e ela, a TAP continuaria a ser nossa, estaria em boas mãos nacionais. Uma coisa é certa, quando a TAP pertencer a este interesse ou outro grupo económico que não prime por ter boas maneiras no mundo dos negócios e que não valorize a TAP, porque não a sente como nós portugueses a sentimos, e antes pelo contrário, a vê como uma forma de atingir outras metas, com possíveis partições de ações e um sem fim de interesses menos claros, aí, haveremos de chorar e mostrar arrependimento por termos sido estúpidos, mas nessa altura, será tarde demais e o nome TAP, numa fase altamente degradada e num projeto “falhado”, pode consequentemente vir a juntar o seu nome a uma outra companhia de bandeira como era a Sabena, que também era mítica para os belgas, como a Swissair era para os helvéticos e que já não existem, a não ser a Swissar que ressuscitou como Swiss da noite para o dia, num estilo nada “Made in Suisse”. Por isso, volto a afirmar, TAP, sê sempre nossa, nunca deixes de “voar” para nós e connosco.

Escrito em Faro, no dia 20 de julho de 2012.

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